quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Quinta das Tecedeiras Tinto, Reserva 2005


De alguns anos para cá tenho tido uma relação interessante com este produtor. Nunca comprei nada do dito cujo, mas já degustei muito alguns dos seus Porto Vintage nas viagens em executiva da TAP para São Paulo :-)
Salvo erro, comecei pelo Vintage de 2003, passei pelo 2005 e na penúltima viagem degustei o 2007. Sempre em crescendo diga-se e em muito bom estilo no último, fantástico para beber novo (apanágio do produtor) mas com um potencial de envelhecimento bastante maior do que os anteriores.

Mas não são os Portos que me trazem aqui, ante o Doc Douro Reserva 2005. Na minha opinião um tinto de prazer imenso e curiosamente (espero não estar a ser traído pela sugestão) no mesmo estilo aromático do vintage 2007, com uma exuberante combinação deliciosa de frutos pretos com algum fumo, fantástico mesmo.
Na boca é cheio de corpo, redondo quanto baste e tem um final longo dominado por notas de cacau e especiarias.
Em resumo, achei muitíssimo apelativo, um tinto mesmo, mesmo ao meu estilo, não é um Douro clássico e também não é um Douro novo mundo.

Recomendo, pena o preço algo inflacionado (20 e muitos €), mas comparando com alguns produtores que eu cá sei é de borla :-)

MRC

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Soalheiro Primeiras Vinhas 2008


Mais uma etapa no meu projecto de fundo de degustação de Alvarinhos, os melhores brancos portugueses e garantidamente dos melhores do mundo, assim sem medos :-)

Quando pensava que tinha começado pelo topo, com o Muros de Melgaço do Anselmo Mendes, eis que surge um Alvarinho que o supera, aumentando consideravelmente a fasquia.
Começa a ser um lugar comum, mas esta prova foi um daqueles momentos em que convocamos os Deuses e os convidamos a sentar à mesa, mesmo aqueles em que não cremos. E os Deuses rendem-se e voltam à condição humana só para estarem mais perto destes prazeres terrenos.

Antes da nota de prova apenas a uma breve referência. Este Alvarinho é feito com vinhas muito velhas, dai o nome "Primeiras Vinhas".

Nota de prova:
- Cristalino na limpidez
- Aroma finíssimo, citrino, com alguma fruta tropical. O melhor nariz de 2009 by far :-) e acho que nunca bebi um vinho com uma "separação" de aromas tão vincada.
- Extraordinariamente elegante na boca, impressiona pela frescura, complexidade e talvez seja o vinho mais mineral que já alguma vez bebi.
- Longo, sendo tão saboroso é uma graça divina.

Perfeito. Estou rendido. Não dou pontuação para não me chamarem maluco.

Beijos e abraços,

MRC