quinta-feira, 28 de março de 2013

Desnível Colheita Seleccionada 2010


Castas: Touriga Nacional, Rufete e Tinta Amarela
Região: Douro
Teor Alcoólico: 13,5%
Produtor: João Lopes Pinto

Este vinho é composto de vinhas velhas do Cima Corgo, em socalcos, orientadas a norte e a 470 metros de altitude, com predominância de Rufete e Tinta Amarela e de uma vinha nova de Touriga Nacional no Douro Superior, em patamares, orientada a sul e a 250 metros de altitude. Feito em lagar e estagiado em barricas de carvalho francês.



Toda esta informação está contida de forma completa e bem organizada no contra-rótulo, que está muito bonito e bem conseguido, assim como o rótulo, que mostra esta diferença das duas vinhas que originam este vinho de forma simples e elegante.


Provando o vinho, temos aromas intensos a fruta silvestre madura, algum floral, especiarias e um tostado da barrica. A vinha nova de Touriga a dar exuberância aromática e as vinhas velhas a adicionarem complexidade.
Na boca, é encorpado, muito fresco, boa acidez e fruta madura. Final longo e mineral, mostra uma boa conjugação entre as duas vinhas que deram origem ao vinho.
Com a frescura e acidez que tem é um vinho gastronómico, que pede comida a acompanhar.
Parece-me um vinho que está ainda novo, mais uns tempos em garrafa só lhe farão bem, mas que se portou muito bem já nesta fase
Nota: 16,5


Além deste vinho, numa recente visita à Quinta da Covada pude provar os vinhos ainda em barrica que vão compor o Desnível de 2011, e prometem muito.
A Touriga Nacional do Douro Superior está com uns aromas e concentração fantásticos (a madeira ainda nem começou a marcar), e as Vinhas Velhas com um corpo e elegância muitos bons.
Promete estar ainda acima deste 2010.

Carlos Amaro

sábado, 16 de março de 2013

Visita à Quinta do Pôpa


Com algum atraso (foi já a 25 de Fevereiro), segue-se a descrição da visita efetuada à Quinta do Pôpa.

A Quinta do Pôpa, que anteriormente tinha o nome de Quinta de Vidiedo, está localizada no coração do Douro, junto a Adorigo - Tabuaço, encostada à EN 222, com uma vista fabulosa do rio Douro.
Actualmente, a Quinta do Pôpa reúne 14 hectares de vinha, composta por uma mistura de castas tintas, entre as quais a Tinta Roriz, Touriga Naciona, Touriga Franca, Tinto Cão, Sousão e Malvasia Preta.
Nas vinhas destaca-se um talhão de três hectares de vinhas velhas com idade superior a 60 anos de idade.
Trata-se de um projecto assente sob uma estrutura familiar, e que tem desde 2008 a consultoria de Luis Pato na enologia.











O dia estava fantástico, e à chegada começa logo por impressionar a magnífica vista de que se desfruta da propriedade. A quinta tem uma localização privilegiada junto a rio, sendo a vista um excelente cartão postal para os visitantes.
Na visita, fomos excelentemente recebidos pelo Stéphane Ferreira, que nos guiou pela cave e adega da quinta, onde estão os lagares, cubas inox e sala de barricas para estágio dos vinhos, sala essa curiosamente chamada de sala do tempo, com variados relógios nas paredes.
Passamos depois à sala de provas, um espaço simpático e acolhedor onde tivemos a oportunidade de provar praticamente todos os vinhos do produtor.

  • Contos da Terra Branco 2010: Frutado e fresco. Simples e bem feito.
  • Preffacio Branco 2011: Muito cítrico e mineral. Boa persistencia, belo vinho
  • Preffacio Rosé 2011: Fruta vermelha, floral boa acidez. Perfil mais seco do que a maioria dos rosés que conheço
  • Preffacio Tinto 2009: Muita fruta no nariz e grande frescura. Na boca, fruta e acidez elevada, a dar-lhe frescura. Vinho a pedir comida.
  • Pôpa Touriga Nacional 2008: Fruta silvestre, tostados, bergamota, algum couro. Na boca tem grande estrutura, com a fruta a sobressair, taninos elegantes, com algum couro ao fundo. Complexo e persistente.
  • Pôpa Tinta Roriz 2008: Fruta madura no nariz, especiarias, tosta. Na boca é muito fresco, com fruta vermelha, chocolate negro, especiarias, boa acidez.
  • Pôpa VV 2008: Fruta preta madura, floral, tostados, especiarias, o mais complexo de todos. Grande estrutura na boca, é fresco e elegante. Fruta silvestre, cacau, especiarias, madeira muito bem integrada. Longo e complexo. O meu vinho favorito.
  • TrePA 2008: Muito fresco no nariz, aromas a fruta, algum vegetal. Excelente corpo e frescura. Na boca, mais acidez e notas vegetais do que os anteriores, provavelmente da baga, muito boa estrutura de boca, final longo.
Qualidade média dos vinhos elevada, mas não posso deixar de destacar o Vinhas Velhas e o Trepa, que são vinhos fantásticos.
Bela surpresa também dos Preffácio, qualquer um deles muito bem.



Depois, voltamos ainda à adega para provar alguns dos vinhos que estão ainda em barrica ou nas cubas, tendo provado de 2011 o Touriga Nacional (TN), o Tinta Roriz VV, o Vinhas Velhas, e o Popa Homenagem.
Fiquei muito bem impressionado pela qualidade geral dos vinhos de 2011, que prometem muito nesta fase. O Touriga Nacional e a Tinta Roriz estão ambos excelentes (pela primeira vez vinificaram a Tinta Roriz separando em vinhas velhas e vinhas novas,o que vai permitir trabalhar melhor o lote), mas foram o Vinhas Velhas e o Homenagem que realmente impressionaram. Vão ser um caso muito sério quando forem lançados.

Passamos de seguida aos vinhos de 2012, tendo provado o TN, TR VV, Vinhas Velhas.
Nos 2012, apesar de ainda estar muito no inicio de vida, o Vinhas Velhas voltou a impressionar, bem como o Touriga Nacional, que mostra uns aromas à casta como poucas vezes vi no Douro. É a Touriga que vem nos livros.

A prova terminou com o Tinto Doce de 2012 (ainda em inox) e o 2011, este já no mercado. É um vinho muito interessante, com aroma fresco a frutos vermelhos. Na boca é elegante, apresentando um bom equilíbrio entre os taninos e a doçura.

Em resumo, foi uma belíssima visita, com vinhos excelentes, a fechar com chave de ouro uns dias passados no Douro.

Resta-me agradecer ao Stéphane Ferreira, pela visita e desejar-lhe felicidades no seu projecto.

Carlos Amaro



sexta-feira, 15 de março de 2013

Chão da Quinta Premium Selection 2010


Produtor: Chão de São Francisco Soc. de Vitivinicultura e Turismo Rural Lda.
Casta: 100% Touriga-Nacional
Estágio: 9 meses em carvalho Francês Allier
Teor alcoólico: 14,0%
Enologia: Vines and Wines


Novo produtor no Dão, uma região que apesar de nos ultimos anos ter vindo a recuperar nome e qualidade, infelizmente está ainda longe do foco da maioria dos consumidores e da imprensa, quanto a mim injustamente, já que há muitos pequenos produtores a trabalhar bem na região e a produzir vinhos de qualidade.
Este vinho, apesar de não o indicar no nome é 100% Touriga Nacional.

Bonita cor vermelha muito intensa, com reflexos violetas.
No nariz é muito sedutor. Mostra notas compotadas de fruta vermelha (amoras, cerejas), violeta, bergamota, e em segundo plano algum abaunilhado da madeira. É um touriga nacional com tudo no sitio, como só no Dão aparece.
Boca com bom volume, taninos finos, mostra toda a fruta madura, elegante e fresco. Longo e persistente.
Foi uma belíssima descoberta, com uma muito boa relação qualidade-preço.
A não perder para fãs da casta.
Nota: 17
Preço:8€

Carlos Amaro

quinta-feira, 14 de março de 2013

Rúbrica Branco 2010


Rubrica Branco 2010
Produtor: Luis Duarte Vinhos
Castas: Viognier, Antão Vaz e Verdelho
Graduação: 14,5%


Cor cristalina, a amarelo limão.
Nariz complexo, com aromas a fruta (alperce, pêra), notas tostadas, algum floral, conjunto muito elegante.
Na boca, apresenta um excelente volume, com fruta branca (nada da tropical anda por aqui), notas de baunilha e apontamentos florais, contando com excelente acidez a dar frescura a todo o conjunto. Longa persistência.

Tem corpo e estrutura, o que em conjunto com uma bela acidez lhe permitiu estar muito bem agora, já com 2 anos de garrafa, e com tendência para continuar a dar uma boa prova por mais algum tempo.
Um vinho que não conhecia, e de que gostei muito.
Nota: 16,5
Preço: 9€

Carlos Amaro

segunda-feira, 4 de março de 2013

Casa do Valle Homenagem 2009


Casa do Valle Homenagem Reserva 2009
Classificação: Vinho Regional
Região: Minho
Tipo: Tinto
Castas: Vinhas Velhas
Ano de Colheita: 2009


Bonita cor rubi, bastante opaco.
Aroma muito expressivo, a fruta vermelha bem madura, especiarias, mais alguma baunilha da madeira, balsâmico.
Na boca é encorpado, com notas de frutos silvestres, algum vegetal, muito mineral, fresco e crocante. Vinho muito cativante e gastronómico.
Parece-me um vinho que vai brilhar à mesa com pratos fortes, queijos, carne vermelha, um arroz de polvo ou até lampreia.

Um vinho tinto da região dos vinhos verdes (apesar de Regional Minho) é sempre um vinho que a maioria das pessoas olha um bocado de lado, com desdém, pela reputação que a região tem de produzit tintos acídulos e duros, muito adstringentes, taninosos e vegetais.
Felizmente, para contrariar essa reputação começam a surgir no Minho vinhos como este. Concentrado e encorpado, mas moderno, taninos domesticados, frutado e muito fresco.
É um belíssimo vinho, a um preço sensato pela qualidade.

Nota: 16,5
Preço 9€

Carlos Amaro